Mural de Banksy sobre Brexit aparece na cidade inglesa de Dover
Pintura mostra trabalhador eliminando com martelo uma das estrelas da bandeira da União Europeia. Representantes do artista confirmaram a autenticidade da obra.
Um mural de Banksy sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) apareceu no dia 8 de agosto na fachada de um edifício da cidade inglesa de Dover, na primeira manifestação do misterioso artista britânico sobre o Brexit.
Seus representantes confirmaram a autenticidade da obra, que mostra um trabalhador em uma escada sobre a qual trata de eliminar com um martelo uma das estrelas douradas da bandeira azul da União Europeia.
O mural pode ser visto na fachada do edifício Castle Amusements de Dover, situado junto ao terminal do ferryboat que une o Reino Unido com a França pelo Canal da Mancha, ao sul de Inglaterra.
Segundo os meios britânicos, as estrelas da União Europeia representam os "ideais de unidade, solidariedade e harmonia entre os povos da Europa". A estrela que o trabalhador retira na obra de Banksy corresponde ao Reino Unido.
Desde o referendo sobre o Brexit, de 23 de junho do ano passado, Banksy, comprometido com diferentes causas através de sua arte, tinha permanecido em silêncio. Essa manifestação ocorre em um momento de aumento das tensões entre Londres e Bruxelas.
A questão da saída de Reino Unido também se tornou o tema central das eleições gerais antecipadas convocadas pela primeira ministra britânica, Theresa May, para 8 de junho, nas quais parte como grande favorita para se manter à frente do governo.
Por que Dover?
A escolha de Dover por Banksy não parece casual, pois além de olhar diretamente ao continente europeu, conecta seus ferrys com a localidade francesa de Calais, onde o artista já pintou um mural em seu campo de refugiados em 2015. Aquela obra mostrava o fundador de Apple, Steve Jobs, já que seu pai biológico tinha sido um imigrante sírio.
Um ano depois, Bansky voltou a se pronunciar sobre este tema com outro mural na embaixada francesa em Londres, com o qual denunciou o uso de gases lacrimogêneos contra os refugiados do campo de Calais.