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SOBRE A ARTE

SOBRE A ARTE

Frida Kahlo em destaque


Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón nasceu em 6 de julho de 1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, na época uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México e hoje um distrito. Filha de Guillermo Kahlo nascido em Pforzheim Alemanha e Matilde Gonzalez y Calderón, uma católica devota de origem indígena e espanhola.

Seu pai chegou ao México em 1891, aos 19 anos de idade, e logo mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol, “Guillermo”. Se casou com Magdalena logo após a morte de sua primeira esposa, durante o nascimento do seu segundo filho. Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meio-irmãs mais velhas. Frida ressaltava que cresceu em um mundo cheio de mulheres. Durante a maior parte de sua vida, no entanto, Frida se manteve próxima do pai.


Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que ganhou o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais.


Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma carreira. Entre 1922 e 1925 frequentou a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México, assistindo a aulas de desenho e modelagem. Em 1925, aos 18 anos, aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez.

Então sofreu um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, atravessou sua pélvis e saiu pela vagina, causando uma grave hemorragia. Frida ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, que estava todo perfurado. Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada 'A Coluna Partida’).


Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.


Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casou no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.


Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera. Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán.


Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.


Em 1939 expõe em Paris na galeria Renón et Colle. A partir de 1943 da aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México).


Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra.


Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina (1928).


VIDA

Casou-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, teve um caso com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo eles sendo casados, mas não aceitava os casos da esposa com homens.



Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina, há muitos anos, o que a revoltou. Ela os flagrou na cama e, num ato de fúria, cortou todo o seu cabelo, que era bem longo, de frente ao espelho. Sua irmã teve seis filhos com seu ex-marido e Frida nunca a perdoou.

Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive novos amores com homens e mulheres, mas em 1940 une-se novamente a Diego. O segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por brigas violentas. Ao voltar para o marido, Frida construiu uma casa igual à dele, ao lado da casa em que eles tinham vivido. Essa casa era ligada à outra por uma ponte, e eles viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos. Encontravam-se na casa dela ou na dele, nas madrugadas.


Embora tenha engravidado mais de uma vez, Frida nunca teve filhos, pois o acidente que a perfurou comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação até o final, tendo tido diversos abortos.

Tentou diversas vezes o suicídio com facas e martelos.

SUA ÚLTIMA DÉCADA

A última década da existência de Frida foi-lhe bastante cruel. Em que pese a notoriedade, os prêmios, as exposições, os alunos fiéis, os cuidados de Diego… seu corpo frágil começou a sucumbir diante de repetitivas infecções e tratamentos exaustivos. Em 1942, por ocasião da amputação do seu pé direito, escreveu: pés para que os quero se tenho asas para voar.


Entretanto, esta atitude altiva foi-se desvanecendo, a precariedade de sua saúde aumenta e, significativamente, ela começa a escrever um diário.


Apesar da agonia, das mais de 30 operações a que se submetera ao longo da vida, na tentativa de melhorar suas condições de saúde, ainda mantinha a fé na cura, mesmo que remota. Por anos, espera com angústia, mas espera. Este sonho deu-lhe alento para continuar vivendo e acabou sendo sintetizado num verso de uma canção preferida, que se tornou o seu lema: Árvore da esperança, mantém-te firme!.


Este verso, inclusive, foi o título de uma tela de 1946, na qual há duas Fridas. Uma delas está deitada de lado sobre uma maca, nua, com cabelos soltos, mostrando sua coluna machucada, sob o sol escaldante num deserto seco e com o solo cheio de rachaduras. A outra está no mesmo cenário, só que sob a luz lunar. Ostenta um colete de coluna numa das mãos e uma bandeira onde se lêem os versos da canção-título. Aparece sentada na beira da mesma maca, vestida de vermelho.


Em efeito-cascata, ela começa a sofrer uma série de infecções e sequelas:

  • em 1946, submete-se a uma cirurgia com implante de osso e precisa de altas doses de morfina, em razão das dores;

  • em 1949, aos 42 anos, sofre de gangrena no pé direito;

  • em 1950, ficou hospitalizada durante nove meses, em decorrência dos problemas repetitivos da sua coluna vertebral. Sofreu sete operações durante este período, pois os implantes ósseos infeccionavam;

  • em 1951, passou grande parte do tempo em uma cadeira de rodas e tomando analgésicos;

  • em agosto de 1953, sofre a amputação da perna direita devido à gangrena;

  • em junho de 1954, contrai pneumonia;

  • em 2 de julho de 1954, contrariando ordens médicas, participa de uma manifestação pública. É sua última aparição em público.

Depois da amputação da perna, a depressão aumentou. Em fevereiro de 1954, chegou a escrever no diário que queria matar-se, porém seu amor por Diego a impedia. (Neste auto-retrato, colocou a morte na testa).


Mesmo assim, Frida não perdeu o tom dramático e romântico de seu gestos, até nos últimos momentos de vida. No dia 13 de julho de 1954, com uma forte pneumonia, no meio da noite, chama Diego e dá um presente inusitado ao marido: um anel comemorativo dos 25 anos de casados (considerando-se todas as idas e vindas desde 1929). Diego protestou dizendo que ainda faltavam duas semanas, mas Frida insistiu na comemoração. Naquela mesma noite, veio a falecer.

Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta que ela tenha morrido de overdose, devido ao grande número de remédios que tomava, que pode ter sido acidental ou não. A última anotação em seu diário, que diz “Espero alegre la salida y espero no volver jamás.” (Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar.”).

Frida foi cremada, conforme seu desejo. Diego guardou as cinzas numa urna pré-colombiana, pedindo expressamente que, quando morresse, fosse também cremado e que as cinzas fossem colocadas junto às de Frida. Escreveu em sua auto-biografia que o dia da morte de Frida foi o mais trágico de sua vida. No entanto, por ocasião de sua morte, a mulher atual e as filhas desrespeitaram sua última vontade, expressa inclusive em testamento. Acreditaram que seria melhor para o país se ele fosse enterrado na “Rotonda de hombre famosos”, na cidade do México.


Quatro anos após a sua morte, sua casa familiar conhecida como “Casa Azul” transforma-se no Museu Frida Kahlo. Frida Kahlo, reconhecida tanto por sua obra quanto por sua vida pessoal, ganha retrospectiva de suas obras, com objetos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros.


FOTOS INÉDITAS

MAIS FRIDA

A paixão de Frida por Diego Rivera foi registrada por cartas trocada por eles ao longo dos anos. O livro “Cartas Apaixonadas de Frida” reuniu esses registros, porém a edição está fora de catálogo.


Outro livro interessante é o “Frida: Suas fotos”, que conta com cerca de 400 fotografias, guardadas após sua morte e descobertas cinquenta anos depois. Nelas há registros de encontros com importantes figuras, como Breton, Duchamp, Henry Ford e Trótski.


Já o livro “Frida”, de Johna Winter, trás a biografia da infância e adolescência da pintora, repletos de ilustrações de Ana Juan, ilustradora do “The New Yorker”. E o livro “Frida – A Biografia”, que chegou ao Brasil 30 anos após lançado nos EUA, esmiúça a vida da pintora por meio de entrevistas e do acesso que a autora (Hayden Herrera) teve ao diário e cartas de Kahlo, trazendo ao leitor episódios aprofundados.


E para quem gosta de um bom filme, “Frida”, baseado na biografia de Haydem Herrera, é uma boa pedida. Estrelado por Salma Hayek, o longa hollywoodiano retrata o frisson em torno dos últimos anos da artista.


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