Sete coisas que provavelmente não sabe sobre Vincent van Gogh
O pintor holandês é um nome maior no panorama da arte, mas sabia que ele vendeu apenas um único quadro durante os seus 37 anos de vida? Agora que uma grande exposição sobre a sua (in)sanidade mental está patente no Museu Van Gogh, em Amsterdã, saiba mais seis coisas menos conhecidas sobre o artista que pintou o célebre quadro dos Girassóis.
O humilde prato de cebolas foi pintado por Vincent van Gogh logo após a saída de um dos
seus internamentos no hospital psiquiátrico
TINHA FÚRIA DE PINTAR
A documentação inédita apresentada na exposição On the Verge of Insanity (No Limiar da Insanidade) no Museu Van Gogh, em Amsterdã, revela que, nos intervalos entre as crises de dita loucura que faziam Vincent ficar confuso durante dias (ou até semanas), ele pintava incansavelmente. Aliás, depois de um internamento no asilo de Saint Rémy, em Arles, Van Gogh chegou a criar uma pintura por dia... E, feitas as contas, ao longo de uma década de trabalho, o pintor criou cerca de 800 quadros, 80 destes nos últimos dois meses de vida.
QUERIA SERVIR DEUS
Vincent Willem van Gogh (1853-1890) era o mais velho de seis imãos, filho de Theodorus van Goghe Anna Cornelia Carbentus, pastores protestantes. Na sua juventude, o pintor quis seguir Teologia mas chumbou nos exames de admissão. Acabaria por ser missionário na Bélgica, tendo conhecido a pobreza das minas de carvão.
O SEU SUICÍDIO NÃO FOI A ÚNICA TRAGÉDIA FAMILIAR
A pesquisa recente aponta uma desavença com o pintor e amigo Paul Gauguin como o detonador para o gesto de cortar a orelha esquerda com uma lâmina, e as crises de loucura que se lhe seguiram, até ao seu suicídio em julho de 1890. O irmão mais novo, Theo, marchand de arte, era quem financiava telas e tintas para Vincent poder pintar. Van Gogh escreveu-lhe mais de 700 cartas, já publicadas. Theo morreu, seis meses depois de Vincent, vítima de “complicações sifilíticas e de tristeza”, diagnosticaram os médicos. Em 2004, o bisneto de Theo, o realizador de cinema Theo van Gogh, foi assassinado em plena rua de Amsterdã, por um extremista islâmico.
GOSTAVA DE PINTAR À NOITE
Vincent van Gogh gostava de pintar em pleno campo, durante a noite. Para iluminar a tela e o cavalete, costumava usar uma fileira de velas acesas na aba do próprio chapéu.
OS SEUS QUADROS BATERAM RECORDES DE VENDAS
Reza a história que o pintor vendeu apenas um único quadro durante toda a sua vida. Mas inúmeras obras suas, postumamente vendidas, têm atingido somas recorde nos leilões e no mercado da arte. O valor de venda mais elevado de um van Gogh foi atingido pelo quadro L'Allée des Alyscamps, num leilão efetuado pela Sotheby's, em 2015: 66,33 milhões de dólares.
HÁ DESENHOS INÉDITOS SEUS POR REVELAR
Um caderno com desenhos inéditos do artista, recentemente descoberto e de autenticidade confirmada por especialistas na sua obra, terá uma edição internacional, com o título Vincent van Gogh. Le Brouillardd'Arles, carnet retrouvé, anunciou a editora francesa Le Seuil.
A FAMOSA ORELHA CORTADA FOI GUARDADA AO LONGO DOS ANOS
O mistério sobre quem era a misteriosa rapariga a quem Vincent van Gogh entregou a sua orelha cortada, em dezembro de 1888, foi finalmente revelado em julho último: tratava-se de Gabrielle Berlatier, a humilde filha de um camponês, que fora mordida por um cão raivoso e pagava os tratamentos médicos através do trabalho como empregada de limpeza no bordel da Rue du Bout d'Arles, onde encontrou o pintor na noite fatídica. Gabrielle guardou o macabro presente, a sua família preservou-a durante décadas, e o seu nome foi mantido em segredo. Até agora.