5 livros para conhecer a literatura japonesa
Paul Beatty, escritor americano e vencedor do prêmio Man Booker em 2016, indica 5 livros para conhecer a literatura japonesa
Self Portraits: Stories - Osamu Dazai
Muita literatura de qualidade brota de mergulhos de cabeça em crises de autopiedade. E embora “Declínio de um homem” seja a obra mais famosa de Dazai, esta coletânea de amargura, vício e amor transborda das páginas como um copo de cerveja derramada ao fim de uma noite braba. Aviso: insanamente deprimente; leitura não recomendada para “posers”.
The Bridegroom Was a Dog - Yoko Tawada
Excentricidade literária sem filtros que remete a Gertrude Stein, Fellini, Chaucer — e àquele seu melhor amigo malucão que abandonou o psiquiatra. O que eu mais gosto na Tawada é que ela se recusa a impor limites a sua imaginação.
O Mestre de Go - Yasunari Kawabata
Ou qualquer outro título dele. É de uma lucidez absurda.
Azul quase transparente - Ryu Murakami
Destemida no estilo anos 1970, esta traquinagem divertida e ligeramente autista do submundo japonês vai fazer você querer lavar suas mãos toda vez que parar de lê-la. É o tipo de livro sobre o qual você morre de vontade de falar em uma festa para mostrar como você é cool, mas não pode porque ninguém mais o leu.
A Chave - Junichiro Tanizaki
Merecidamente, um clássico. Nada assim cataclísmico acontece, e é aí que mora sua beleza. É como aquele prédio legalzinho do bairro que passa despercebido até que, um dia, você passa na frente dele e ouve alguém comentar como ele é maravilhoso. Claro, sessenta e tantos anos depois, o romance de Tanizaki, impecavelmente bem construído feito um edifício, é agora patrimônio histórico.
Paul Beatty é uma das novas vozes da ficção norte-americana. Nasceu em Los Angeles, em 1962. Além de “O vendido”, lançado em português em 2017 e que lhe rendeu o prêmio Man Booker em 2016, é autor dos romances “Slumberland”, “Tuff” e “White Boy Shuffle”. Atualmente mora em Nova York onde dá aulas de escrita e literatura na Universidade Columbia.