Memórias: Joan Miró
No dia 20 de abril de 1893, nasceu Joan Miró. Foi um escultor, pintor, gravurista e ceramista catalão. Miró criou formas imaginárias, figuras coloridas e símbolos próprios formados por manchas e linhas carregadas.
Joan Miró nasceu em Barcelona (Espanha). Não completou os seus estudos, apesar da insistência da família. Estudou comércio e trabalhou durante dois anos ao balcão de uma farmácia até sofrer uma crise nervosa.
Passou um longo tempo na casa da família, em Mont-Roig del Camp. Em 1912, voltou para Barcelona, ingressando na Academia de Artes, dirigida por Francisco Gali, que o apresentou às últimas tendências artísticas europeias.
Inicialmente, Joan Miró apresentou uma pintura com um estilo expressionista, com influencias fauvistas e cubistas, distorcendo formas e usando cores pouco reais, que destruíam os valores tradicionais.
Entre 1915 e 1919, Miró viveu entre Mont-Roig e Barcelona. Em 1919, foi para Paris, onde conheceu Picasso e Tristan Tzara, um dos fundadores do Dadaísmo. Aos poucos a sua pintura evoluiu para uma maior definição de forma.
Em 1924, a pintura de Miró foi influenciada pelo movimento surrealista, surgido em Paris, apresentando cenas oníricas e paisagens imaginárias. É dessa época a tela “O Carnaval do Arlequim”.
Em 1928, Miró pintou “O Interior Holandês”, uma das pinturas marcantes do artista. Nesse ano, o Museu de Arte Moderna adquiriu duas telas de Miró. Após uma viagem à Holanda, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, fez ressurgir elementos figurativos nas suas obras.
Na década de 1930, Miró tornou-se mundialmente famoso, expondo em galerias francesas e americanas. Fez ilustrações para livros e cenários para bailado. Miró passou a interessar-se por colagens e murais. O seu grafismo reduziu-se a linhas, pontos e manchas coloridas.
No fim da década, quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Miró estava em Paris, e a sua produção artística foi fortemente influenciada pelos horrores da guerra. São dessa época “O Ceifeiro” e “Cabeça de Mulher”.
No começo da Segunda Guerra Mundial, Miró regressou a Espanha. Nessa época conclui “Constelação”. A partir de 1944, iniciou uma série de murais para o edifício da UNESCO, em Paris, e para a Universidade de Harvard.
Em 1954, Miró ganhou o Prémio de gravura da Bienal de Veneza. Em 1956, mudou-se para Palma de Maiorca. Em 1959, ganhou o Prémio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1975, abriu a Fundação Miró, em Barcelona. Joan Miró faleceu, em Palma de Maiorca (Espanha), no dia 25 de dezembro de 1983.
Por António José André