10 fatos bizarros sobre a vida e a obra de Salvador Dali
Salvador Dalí foi um dos homens mais famosos do século XX por uma série de razões. Obviamente suas obras de arte são icônicas, mas em um mundo de imagens, ele foi uma grande personalidade de bastante destaque, seja em seu estilo não habitual, seu bigode peculiar e sua capacidade de se tornar um showman que assegurava que fosse lembrando quando passava por qualquer cidade. Mas seria ele um louco ou apenas um artista? Ou seriam essas duas instâncias faces da mesma moeda? Como se pode ver, ele poderia estar em ambos os lados.
10- Ele acreditava que era a reencarnação de seu falecido irmão
Uma possível explicação para o estilo de vida bizarro de Dalí pode estar em sua infância peculiar. Antes de nascer, sua mãe deu à luz uma outra criança, também chamada Salvador Dalí. Infelizmente, o primeiro Salvador faleceu de uma infecção de estômago quando tinha apenas 22 meses. Nove meses depois, o segundo Salvador Dalí nasceu. Como o segundo Salvador tinha semelhanças incríveis com o primeiro e tinha nascido exatamente nove meses depois, seus pais começaram a suspeitar que ele era, de fato, a reencarnação do primeiro filho morto.
Quando Dalí tinha 5 anos, seus pais o levaram ao túmulo do primeiro Salvador e o informaram sobre sua crença – que ele era a reencarnação do falecido irmão. Isso gerou um grande impacto psicológico em Dalí – muito de seu trabalho futuro viria a conter alusões à criança morta que ele acreditava ser a melhor parte dele próprio. A experiência traumática também pode ajudar a explicar alguns eventos bizarros que aconteceram naquele mesmo ano…
9- Infância sádica
Para Dalí, mesmo com pouquíssima idade, dor e prazer eram praticamente a mesma coisa. Pelo menos é como Dalí justificaria seus hábito da infância de atacar pessoas sem nenhuma razão aparente. O pior exemplo ocorreu quando ele estava andando com um amigo e notou que, ao atravessar uma ponta, parte da grade de segurança estava faltando. Ao observar que não havia ninguém por perto, Dalí decidiu jogar seu amigo da ponte. O menino caiu de quase 5 metros de altura em cima de pedras pontiagudas e afiadas e ficou seriamente machucado. Segundo consta, Dalí não chegou a sentir culpa nem remorso: enquanto via a mãe tomando conta de seu amigo machucado, o menino de 5 anos de idade sentou calmamente e ficou sorrindo e comendo cerejas observando ela passar com bacias e mais bacias de água suja de sangue. Culpa? Provavelmente nenhuma.
Ainda neste ano, outro incidente bizarro aconteceu enquanto Dalí estava tomando conta um morcego ferido. Um dia, ele foi dar uma olhada em seu morcego e viu que ele estava coberto de formigas que, aos poucos, comiam ele vivo. A reação de Dalí foi pegar o morcego e morde-lo junto com as formigas.
8- Avida Dollars
Na comunidade artística, Dalí foi renomado por seu amor por fazer dinheiro. Por conta disso, ele foi chamado de “Avida Dollars”, um trocadilho com seu nome e uma referência à sua ganância. Dalí fazia praticamente qualquer coisa para ganhar dinheiro. Ele criou a logo dos famosos pirulitos Chupa Chups e a logo de 1969 do “Eurovision Song Contest”. Ele também apareceu em comerciais dos chocolates Lanvin, de licores e até de pastilhas para azia.
Mas estes eram apenas os meios legais de ganhar dinheiro – ele também era um tanto quanto vigarista. Ele justificou o enorme valor de um de seus quadros alegando um cliente rico que a tinta havia sido misturada com o veneno de um milhão de vespas. Mas ela não tinha. Outro golpe de Dalí foi quando ele foi contactado por Yoko Ono, que pediu uma mecha de seu bigode. Dalí fixou o preço em $10,000. Quando Yoko percebeu, Dalí já havia enviado a ela um chumaço de grama seca, pois estava preocupado com a possibilidade de Yoko usar seu bigode para bruxarias. É sério.
Dalí também tinha a capacidade de evitar de pagar as contas de restaurantes. Ele frequentemente convidava grandes grupos de amigos para almoços caríssimos. Quando chegava o momento de pagar, Dalí preenchia, alegremente, um cheque com o valor total. Quando ele via que o garçom não estava olhando, ele rabiscava um desenho no verso do cheque, sabendo que ninguém jamais depositaria um cheque que contivesse um desenho original de Salvador Dalí. Assim, o cheque não era depositado e Dalí se livrava de pagar a conta.
7- Aparições Estranhas
Aparte seu trabalho de artista, escritor, cientista, ou qualquer coisa que ele decidia ser quando acordava pela manhã, Dalí era um showman. Algumas vezes, suas acrobacias podiam ser até mais impressionantes que sua arte. Por exemplo, Dalí uma vez preferiu uma palestra usando uma roupa completa de mergulhador e se recusou a retira-la quase se sufocando dentro dela. Em 1955, ele chegou para um discurso em um Rolls-Royce repleto de couve-flores, mostrando seu fascínio pela forma do vegetal.
Para vender seu livro, O Mundo de Salvador Dalí, ele deitou em uma cama de hospital em uma livraria de Manhattan cercado de falsos médicos e enfermeiros, ligado a uma máquina que media as atividades cerebrais. Sempre que alguma comprava uma cópia do seu livro, ganhava também uma cópia da leitura da máquina. Mais tarde ele voltou a se cercar de couve-flores, desta vez enchendo uma limousine com elas e dirigindo pelas ruas de Paris, entregando-as para parisienses bem confusos.
6- Sua estranha fascinação por Hitler
Dalí era obcecado por Hitler de um modo que até mesmo Hitler provavelmente acharia constrangedor. Durante a ascensão nazista, a maior parte do artistas surrealistas trataram de se distanciar da imagem do fascismo e de Hitler. Dalí, entretanto, começo a pintá-lo. Um dos quadros de Dalí que parece ser uma paisagem na verdade é uma fotografia de Hitler virada de lado e pintada de modo a parecer um plácido rio. Mais tarde, quando perguntado sobre sua fascinação por Hitler, Dalí disse: “Eu costumo sonhar com Hitler tanto quanto outros homens sonham com mulheres”.
Caso você esteja pensando que isso não poderia ficar mais assustador, não se preocupa, fica. Dalí continuou: “Hitler me excita muito… Suas costas gordas, especialmente quando eu o vejo aparecer em seu uniforme com aquele cinto e alças apertadas contra sua pele, surge em mim uma deliciosa emoção que começa na boca e me deixa em um êxtase “wagneriano”. Uma das últimas pinturas de Dalí é simplesmente chamada “Hitler se masturbando” e, infelizmente, não há nada de surreal no nome – ela mostra exatamente isso. Felizmente, a “virilidade” de Hitler fica escondida atrás das pernas pequeninos cavalos de metal.
5- Dalí Atômico
O resultado da famosa colaboração entre Dali e o famoso fotógrafo Philippe Halsman, “Dalí Atômico” é uma ode à famosa pintura de Dalí “Leda Atômica” (que pode ser vista a direita da foto). A fotografia mostra Dali, sua mobília e uma série de gatos suepensos no meio do ar enquanto uma corrente de água serpenteia através da ação como uma cena deletada de Inception. Trata-se de uma figura espetacular, considerando que foi feita em 1949, muito antes que o CGI ou o Photoshop pudesse ter criado o efeito.
Ao contrário, a foto foi montada à moda antiga – é tudo real. Para se chegar ao efeito, a mobília foi suspensa por fios enquanto Dalí pulava. Enquanto uma uma pessoa, de fora da pintura, lançada um balde de água e os gatos dentro da cena. Infelizmente, o efeito desejado não foi feito no primeiro take, nem no segundo. Ele teve que ser feito um total de 28 vezes. Tenha em mente que, depois de cada click, uma pessoa (algo como um estagiário dos anos 40) tinha que juntar os gatos aterrorizados vez após vez e, em seguida, jogá-los para a câmera novamente.
4- A inspiração de Dalí
Quando olhamos as pinturas de Dalí, podemos suspeitar que elas são o resultado do uso abusivo de drogas psicotrópicas. Porém, Dalí uma vez disse: “Eu não uso drogas. Eu sou as drogas”. Então de onde vinha sua inspiração se não das drogas? Bem, Dalí tinha alguns truques para tornar-se mais criativo. Um deles envolvia um prato de alumínio e uma colher. Dalí se sentava em uma cadeira segurando a colher acima do prato e cochilava. Quando caía no sono, a colher caía no prato, fazendo um barulho alto o suficiente para acordar o artista em tempo de desenhar as imagens surreais que via em seus sonhos.
Outras vezes, Dalí ficava de cabeça para baixo até quase desmaiar, permitindo-se entrar em um estado de semi-lucidez. Sua técnica mais famosa foi chamada de “Método Paranóico-Crítico”. Ela envolvia tentar criar um estado paranoico auto-induzido, o que o permitia desenhar relações irracionais entre objetos não conectados e traçar a paisagem se seu próprio subconsciente.
3- Casamento Fora dos Padrões
Em agosto de 1929, Dalí conheceu o amor da sua vida: Elena Ivanovna Diakonova, mais conhecida como Gala. No entanto, Gala já era casada com o poeta surrealista francês Paul Eluard. Isto não desencorajou Dalí: “Ela foi destinada a ser minha Gradiva, a única que me move para frente, minha vitória, minha vida.” Como Gala e Eluard tiveram o que nós chamaríamos hoje em dia de “casamento aberto” – eles passaram três anos em uma relação a três com o artista Max Ernst – havia muito pouco que impedia a relação com Dali. Após se divorciar de Eluard (embora eles aparentemente tenham continuado tendo relações sexuais), Gale casou com Dali em 1934. Eles ficariam juntos até a morte dela em 1982.
Enquanto ainda não era um casamento que podia ser chamado de tradicional – os dois continuaram a sair com outras pessoas – o relacionamento era aparentemente feliz. Gala se tornou a musa de Dali e sua agente de negócios, usando sua perspicácia financeira para apoiar o estilo de vida extravagante do pintor. A parceria era tão importante que Dali assinaria suas obras com ambos os nomes. Em 1968, Dali comprou para Gala um castelo na Espanha, que ela aceitou com a condição de que ele só poderia visita-la lá depois de obter sua permissão por escrito. Isto pode soar pouco usual – mas quem não precisaria de algum tempo fora ao se casar com Salvador Dali?
2- The Royal Heart (o coração real)
Apesar da excentricidade que alguns classificam como completa loucura, Dalí era um gênio. Em nenhum lugar isso é mais aparente do que nas Joias de Dalí, uma coleção de joias feita por ele em colaboração com um milionário americano chamado Cummins Catherwood. O ricaço Catherwood forneceu milhares de dólares em pedras preciosas que Dalí encorpou a uma série de peças fabulosas. No total, 39 peças foram feitas, tendo sido trocadas de mãos várias vezes até finalmente serem vendidas à Fundação Salvador Dalí por 5.5 milhões de euros em 1999.
A peça central era The Royal Heart (o coração real). Feita de ouro puro com maravilhosos 46 rubis, 42 diamantes e duas esmeraldas, o mais incrível sobre o coração real é como ele, perturbadoramente, batia como um coração humano. Fique avisado: o vídeo abaixo pode causar pesadelos.
1- O Holograma de Alice Cooper
Dalí tinha muitos amigos famosos e passou muito tempo com Elvis Presley, John Lennon, David Bowie, Pablo Picasso e até mesmo Sigmund Freud. Mas provavelmente seu conhecido mais estranho foi a lenda do rock Alice Cooper. Em 1972, Dalí ouviu falar de Cooper e ficou fascinado por seu show, que foi em parte inspirado pelo trabalho de Dalí. Naturalmente, o artistas pediu para se encontrar com Cooper e seu agente. Segundo Cooper, Dalí apareceu usando um casaco de pele de girafa, meias brilhantes que ele pegou de Elvis e botas. Ele pediu um copo de água quente, que ele usou a encher com um pote de mel que mantinha em seu bolso, e então cortou o fio de mel pingando com uma tesoura que guardava em seu outro bolso. Dalí estava acompanhado de um grupo de adolescentes vestidas com roupões que nada disseram.
As coisas ficaram ainda mais bizarras quando Dalí deu a Cooper uma escultura de plástico do seu cérebro, coroado com um relâmpago de chocolate com formigas reais correndo pelo meio – e então ele perguntou a Cooper para posar como modelo para ele. Cooper posou para ele, cercado de seguranças visto que ele usava uma tiara de diamantes que custava dois milhões de dólares. Ao final, Dalí criou um incrível holograma de Cooper coberto de diamantes e mordendo a cabeça da Vênus de Milo. Ele finalizou usando lasers para capturar a imagem tridimensional.