Frida Khalo: as fotos de um guarda-roupa que esteve fechado 50 anos
Uma fotógrafa mostra a essência da artista mexicana através das suas roupas.
Frida Khalo morreu em 1954 e o marido, Diego Rivera, mandou guardar todos os seus pertences numa casa-de-banho da vivenda que habitavam, conhecida como "Casa Azul", na Cidade do México, com a indicação de que a divisão só voltasse a ser aberta 50 anos após a sua morte.
O artista plástico morreu em 1957 e as portas só foram abertas em 2004, quando o museu Frida Khalo, agora instalado na casa, decidiu organizar e catalogar este espólio.

Ishiuchi Miyako foi convidada para fotografar estas peças, mais de 300 relíquias, imagens que estiveram expostas ao lado das peças na casa onde Frida viveu, e são as imagens que vão estar expostas na galeria Michael Hoppen, em Londres, entre 14 de maio e 12 de julho.

Frida Khalo (1907-1954) sofreu várias doenças, incluindo poliomielite e um acidente de autocarro, aos 18 anos, que quase a deixou inválida. O icónico guarda-roupa, cheio de referências ao folclore mexicano, surgiu para camuflar os problemas físicos. Como uma bota que disfarçava a perna amputada ou os seus corpetes que eram como armaduras.

Os que foram próximos de Frida Khalo notavam que a artista se tornava tanto mais elaborada quanto mais os problemas de saúde a atingiam, descreve o site da galeria de arte. Quando lhe amputatam uma perna, em 1953, desenhou uma prótese com uma botacoberta de renda chinesa.
Guardadas em baús, as peças ainda tinham manchas de tinta ou o cheiro do seu perfume e dos seus cigarros.

O estilo de Frida tem servido de inspiração para múltiplos de designers de moda, como é o caso da coleção de verão de Missoni e de Valentino para este ano.

A fotógrafa japonesa trabalha na sua obra as marcas que as pessoas vão deixando e quando aceitou a tarefa de registar o guarda-roupa da pintora mexicana já tinha registado peças que tinham sido usados no Japão do pós-guerra, em 2005. Sabia pouco sobre Frida Khalo quando chegou ao México para fotografar o que lhe pertenceu.

